4.1
PRINCÍPIOS NORTEADORES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO
A partir do
nascimento as crianças vivem num mundo de coisas, produtos históricos do trabalho
social. Elas aprendem a comunicar-se com os outros à sua volta e desenvolvem
relações com objetos através da ajuda de adultos. As crianças assimilam a
linguagem – um produto do desenvolvimento sócio-histórico – e usam-na para
analisar, generalizar e codificar suas experiências. (LURIA, 1990, p. 23-24).
Quando se estabelece uma proposta,
revelam-se intenções, crenças, direção, vontade, e também delineam-se caminhos.
Aqui, portanto, estão às bases da nossa ação pedagógica como professores da
rede pública municipal de Pomerode.
O que aqui registramos retrata
nossas concepções, princípios e pressupostos como profissionais da educação.
Este documento tem duas faces: numa, ele é registro do que acreditamos, vivemos
e fazemos nas nossas escolas; noutra face ele é desejo e sonho. É registro
enquanto revela uma prática, isto é, um modo de fazer educação que tem uma
história e uma “cara” em Pomerode. É desejo e sonho enquanto temos consciência
de que há um caminho a construir, de que podemos e devemos fazer sempre melhor.
É uma proposta curricular, portanto diz respeito à trajetória de sujeitos,
professores e alunos, que constroem história.
Assim, procuramos responder
primeiramente a duas perguntas, que ajudam a explicitar a identidade e dar
autonomia ao trabalho educativo em nossas escolas. A primeira está voltada para
nossas crenças, concepções e princípios: O que nós pensamos sobre ser
humano, mundo, sociedade, escola, educação, professor, aluno, comunidade? A
segunda, decorrência da primeira, vai direto às nossas práticas, retratando as
bases/princípios que orientam nossa ação educativa: Como fazemos as coisas por
aqui?
Esta foi uma proposta construída
a muitas mãos, por diferentes sujeitos e em diferentes momentos. A construção
do texto iniciou em março de 2004, com uma discussão sobre currículo,
continuando com encontros mensais, até dezembro. Estes encontros
subdividiram-se em dois momentos: o primeiro de discussão geral sobre as
crenças, concepções e princípios que norteavam nossas práticas pedagógicas e o
segundo momento, de discussões específicas sobre os projetos educativos das
diferentes disciplinas do Ensino Fundamental. Cada uma destas disciplinas
contou com a assessoria de um professor-pesquisador, sob a coordenação geral do
Grupo Base. Desta forma, todas as sínteses produzidas nos diferentes grupos
passaram por um processo de sistematização com devolutiva ao grupo, e todos
pudemos dar novas contribuições e sugestões. A partir deste encaminhamento, a
equipe de coordenação sistematizou o texto que foi socializado e aprovado em
assembléia.
O
documento inicia com uma fundamentação onde discutimos concepções princípios e
pressupostos bem como, as finalidades para o Ensino Fundamental de Pomerode. Em
seguida, apresentamos os projetos educativos das disciplinas escolares, cada
uma com suas justificativas, objetivos gerais e específicos, unidades
programáticas, orientações metodológicas, processos avaliativos e referências.
Tendo em vista a dinâmica dos processos educativos, estes projetos não devem
ser vistos como prontos e acabados, mas em permanente processo de construção e
reconstrução, sinalizando inclusive os diferentes momentos de cada grupo,
responsável pelas diferentes disciplinas.
4.2 PRINCIPIOS
NORTEADORES DA ESCOLA BÁSICA MUNICIPAL DR. AMADEU DA LUZ
O Projeto
Institucional, Pedagógico e de Ensino da EBM. “Dr. Amadeu da Luz” está
assentado na redefinição da Proposta Curricular da Rede Municipal de Ensino de
Pomerode. Preocupados em garantir o cumprimento destes princípios, este
documento é apresentado para cada professor e funcionário da escola. Todo ano é
atualizado e aprimorado.
O papel da Escola Básica Municipal Dr
Amadeu da Luz é fundamentalmente transmitir, de maneira lógica, coerente e
sistemática os conhecimentos acumulados historicamente pelo homem, ou seja, os
conhecimentos científicos, tecnológicos, culturais, etc... Ligados às
experiências dos alunos e às suas realidades.
A Escola Básica Municipal Dr Amadeu
da Luz deve ser base segura, instrumentada para situar o cidadão no âmbito da
sua atualidade, possibilitando-o desenvolver habilidades que possam garantir
condições de sobrevivência a si, a sua família e ao grupo social ao qual
pertence.
Assim, procuramos dar autonomia ao
trabalho educativo voltada para nossas crenças, concepções e princípios quanto
à: mundo, ser humano, sociedade, comunidade, educação, família, escola,
aluno, professor, gestor, inclusão e avaliação.
Os conhecimentos devem ser antes
de tudo, reflexões sobre o próprio modo de vida social e não mera assimilação
por parte do aluno. Neste sentido é preciso saber lidar com o aluno concreto e
não com o aluno que se gostaria de ter. Compete a escola mostrar direções,
incentivar, indagar, fazer com que o aluno tenha uma atitude crítica perante os
verdadeiros problemas sociais. Nós educadores e educandos temos a obrigação de
promover novas relações e estas sempre baseadas na igualdade, no respeito e no
diálogo.
Este é o objetivo geral e fundamental da nossa
escola enquanto instituição social e educativa. Importante ressaltar, que o Projeto
Político Pedagógico da EBM Dr Amadeu da Luz foi uma proposta construída a
muitas mãos, tendo vários momentos de discussões e parte dos princípios de
igualdade, qualidade, liberdade, gestão democrática e valorização do
magistério.
4.2.1 Concepção de
Mundo
A relação entre educação e sociedade é algo inquestionável, portanto é
importante compreender, como educadores, o mundo do trabalho, das idéias, da
arte, das ciências, ainda que haja discordâncias profundas quanto as suas
diferentes possibilidades de interpretação.
Cabe a nós, escola, expor este mundo aos nossos alunos, visando destacar
pontos que sejam suficientes para suplantar as divergências de posições, especificando
no sentido que nos interessa. Desde modo, a escola propõe que se inspire em uma
concepção funcional do ensino que consiste tornar a criança como centro dos
programas e métodos escolares.
Em resumo, a
escola deve, portanto, ser um ambiente cuidadosamente preparado, catalisador
das energias indispensáveis auto-desenvolvimento do ser humano.
4.2.2 Concepção de Ser Humano
O ser humano é um ser inacabado e único, curioso em relação ao mundo. Sem
a relação comunitária, desapareceria o próprio sentido e significado do
conhecimento. Neste contexto,
inteligência implica em cada um tornar-se melhor, com tudo em nome de
propósitos cada vez mais solidários e criativos. Desta forma, é preciso
resgatar a capacidade criativa além das tentativas de conceituar o ser humano a
partir de aspectos motores, cognitivos e afetivos.
Concluindo, no processo de individualização do
conhecimento, o ser humano se faz a partir de bases, portanto fundamentado em
determinados valores e visando, por outro lado, a transmissão, reprodução ou
criação de novos valores, sabendo que o homem parte de sua realidade
circunstancial concreta.
4.2.3 Concepção de
Sociedade
Educação (o homem que se educa e educa outro) e sociedade (o homem ser
social que fala e se comunica) andam de mãos dadas e é difícil distinguir quem
influencia quem, caminham juntas pela superação das dificuldades e implantação
da cidadania plena para todos (direitos e deveres).
A escola deve intencionar a contribuição na construção de uma sociedade justa, solidária, politicamente
democrática, culturalmente pluralista e religiosamente ecumênica, de diálogo pautado
pelos princípios éticos, estéticos e políticos, onde todos sejam
verdadeiramente reconhecidos e respeitados em sua dignidade humana e em suas
diferenças; tenham a possibilidade de desenvolver as suas potencialidades;
contribuam para que a autoridade, o saber, os bens naturais e os produzidos
pelo esforço comum estejam a serviço do crescimento e sejam partilhados
coletivamente; tenham a liberdade e o direito de se associar; onde todos tenham
a liberdade de pensamento, de expressão e consciência; tenham acesso ao
conhecimento científico e recursos tecnológicos.
A organização da sociedade deve estar estruturada na comunhão e participação e garantirá a cidadania para todos, nos termos econômicos; sociais; políticos; culturais e religiosos.
A organização da sociedade deve estar estruturada na comunhão e participação e garantirá a cidadania para todos, nos termos econômicos; sociais; políticos; culturais e religiosos.
4.2.4 Concepção de Comunidade
Comunidade é um termo que pode ter
múltiplos sentidos, sempre dependentes do referencial de quem os emprega, mesmo
que este não seja explicitado, e de contexto em que é utilizado.
É necessário relevar que as pessoas já
pertencem a comunidades, independentemente do local em que vivem. Não são
localidades e as características pessoais que garantem a condição de
comunidade, mas as possibilidades de participação em espaços limitados na busca
de melhores formas de vida. Espaços estes definidos pelo compartilhamento de
interesses individuais que através das relações estabelecidas se configuram
também em interesses e objetivos coletivos.
Portanto, é necessário descartar o
caráter estático atribuídos às comunidades e passar a compreendê-las.
Comunidade pode ser um termo muito
utilizado talvez porque ele nos remeta a algo que parece bom em si, que
compreende boas intenções dos profissionais que se dispõe a trabalhar com o
tema.
É possível que se esteja buscando
naquilo que chamamos de comunidade, os valores considerados “naturais” a ela,
como: a solidariedade, a cooperação, o compartilhamento de necessidades e
interesses, a justiça social, o fortalecimento das pessoas em relação ao seu
poder de decisão e de influenciar a tomada de decisões, a consciência crítica,
e a mudança social emancipatória, a possibilidade de construção de
concretização de projetos individuais através dos projetos coletivos. Buscamos
dar visibilidade aos problemas compartilhados, a condição marginal em que
vários grupos se encontram. Enfim, a comunidade é um espaço que “pode” nos
possibilitar a construção, reconstrução de nossas identidades, nossa subjetividade,
a partir das relações intersubjetivas.
Comunidade é subentendida pelos
profissionais da saúde, prioritariamente, como população-alvo que formarem um conjunto
de pessoas que habitam uma dada região espacial ou geográfica e apresentam determinados
fatores, padrões comportamentais ou de herança genética, que podem colocá-las
em risco de adoecimento.
Comunidade é um termo quase sinônimo de
população-alvo. Quem define comunidade são, portanto, os profissionais a partir
de seus saberes assimetricamente superiores aos da população alvo. A maioria
dos programas considera participação comunitária as frequências das pessoas
dessas populações às atividades propostas pelos profissionais.
O termo Comunidade tem vários outros
sentidos, na atualidade, nos quais nem se pensava na época em que ele passou a
ser empregado pela Psicologia.
Viver é depender. É participar.
Ninguém consegue ser feliz sozinho. É preciso conviver com os outros. Mas só
conviver não basta. É necessário cooperar.
4.2.5 Concepção
de Educação
Educação é o processo de desenvolvimento da capacidade física,
intelectual e moral do ser humano. Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua,
na igreja ou na escola, todos nós estamos envolvidos com ela para aprender,
para ensinar, para aprender e ensinar, para saber, para fazer, para ser ou para
conviver. Enfim, a educação se dá em todo lugar, onde existem redes e
estruturas sociais de transferência de saber de uma geração para outra. Mesmo
nos lugares onde há sequer a sombra de algum modelo de ensino formal e
centralizado também existe educação. Portanto, ela não pode ser confundida
apenas com escolarização.
Educação engloba ensinar e aprender.
É também algo menos tangível, mas mais profundo: passar o conhecimento, bom julgamento e
sabedoria.
O conhecimento é o grande capital da humanidade. Ele é construído a
partir das relações entre as pessoas com diversas culturas, consequentemente,
quanto maior for o número de relações na sala de aula e fora dela, maior será o
conhecimento. Os espaços para trocas de experiências sempre devem ser
garantidas.
Segundo FREIRE (1996, p. 22) “Ensinar não é transferir conhecimento, mas
criar as possibilidades para sua produção ou a sua construção”.
Para tanto, o professor precisa estar bem consigo mesmo, ter uma visão do
aluno como um “todo” e deve ter algumas posturas como a capacidade de inovar,
intervir e refletir sobre sua prática. Sendo assim, é possível que o professor
possa tirar as dúvidas dos alunos, não modelando pensamentos e assim, estarão
deixando de ser meros receptores de informações.
É fundamental que o professor tenha sensibilidade e conhecimento para
trabalhar com as diferenças culturais dos alunos, sem privilegiar cor de pele,
idade, sexo, capacidade de raciocínio (inclusão). Afinal ele sempre estará
diante de um grupo heterogêneo, ou seja, alunos que possuem grandes
diversidades nas maneiras de aprender, no funcionamento intelectual e
relacional. Portanto é necessário trabalhar as diferenças de cada um, levando
em conta as inteligências múltiplas e seus conhecimentos prévios.
O professor deve auxiliar o aluno e mediar o processo de
ensino-aprendizagem, numa visão transformadora dos problemas sociais,
enfatizando que o mundo pode ser melhor.
Mesmo na sala de aula os professores devem ser eternos estudantes, pois o
conhecimento é sempre transformado e reconstruído.
Todos precisam estar engajados no processo educativo, agindo e
interagindo no mesmo para que a educação não se torne uma alienação e sim uma
transformação.
4.2.6 Concepção de Família
Na sociedade moderna, a família vem assumindo
diferentes configurações. Estas novas configurações ultrapassam o padrão
estruturado pelo núcleo pais e filhos. Existe hoje a família ampliada
(tios e/ou avós morando junto), a família de homossexuais com filhos adotados,
as famílias comandadas só por mulheres ou só por homens, as famílias em que
convivem meio-irmãos (filhos só do pai ou só da mãe), as famílias de padrastos
de pais vivos (a segunda mulher ou o segundo marido vivendo com os filhos da
relação anterior do cônjuge), e assim por diante.
O ingresso da mulher no
mercado de trabalho remodelou os papéis do homem e da mulher e
consequentemente, as funções de pai e mãe. Essa diversificação do núcleo
familiar acarretou uma participação maior do professor na educação não-escolar
do estudante, em que ele substitui os pais em determinadas tarefas. Porém,
independentemente de todas as transformações da estrutura familiar, família é o lugar indispensável para a
garantia da sobrevivência e da proteção integral dos filhos e demais
membros.
É a família que propicia os aportes afetivos e, sobretudo materiais
necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes. Ela desempenha
um papel decisivo na educação formal e informal, sendo que em seu espaço são
absorvidos os valores éticos e humanitários e se aprofundam os laços de
solidariedade. É também em seu interior que se constroem as marcas entre as
gerações e são observados valores culturais.
Ao longo da história brasileira a
família veio passando por transformações importantes que se relacionam com o
contexto sócio-econômico-político do país.
Portanto, família é o lugar indispensável
para a garantia da sobrevivência e da proteção integral dos filhos e demais
membros, independentemente do arranjo familiar ou da forma como vem se
estruturando. É a família que propicia os aportes afetivos e, sobretudo
materiais necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes. Ela
desempenha um papel decisivo na educação formal e informal, é em seu espaço que
são absorvidos os valores éticos e humanitários, e onde se aprofundam os laços
de solidariedade. É também em seu interior que se constroem as marcas entre as
gerações e são observados valores culturais.
A família não é somente o berço
da cultura e a base da sociedade futura, mas é também o centro da vida
social... A educação bem sucedida da criança na família é que vai servir de
apoio a sua criatividade e ao seu comportamento produtivo quando for adulto...
A família tem sido, é e será a influência mais poderosa para o desenvolvimento
da personalidade e do caráter das pessoas.
4.2.7 Concepção de Escola
A tarefa primordial da escola é a difusão do conhecimento, não apenas em
forma de conteúdos abstratos, mas, vivos, concretos e, portanto indissociáveis
da realidade social.
A escola de hoje está inserida num cenário marcado pela diversidade onde
cada uma é resultado de um processo de desenvolvimento de sua criatividade e
diálogo.
Procuramos tornar o aluno o sujeito da sua própria
aprendizagem, pois assim ele consegue aprender. Não há educação e aprendizagem
sem sujeito da educação e da aprendizagem.
Atualmente há uma enorme produção de conhecimentos na qual existe a
necessidade de se rever o que já se sabe e reorganizar em novas bases para que
o novo possa tomar lugar, isso através de diálogos mútuos que oportunizam ao
educando compartilhar suas vivências, aprimorar seus conhecimentos e incorporar
novos saberes e assim compreender os seus direitos e deveres.
A escola procura oferecer condições para que o educando consiga
desenvolver a capacidade de criar novas idéias e soluções de forma crítica e
construtiva na direção de uma vida digna e feliz para ele.
A educação deve orgarnizar-se em torno de quatro aprendizagens
fundamentais, as quais, ao longo de toda a vida, serão de algum modo para cada
indivíduo os pilares do conhecimento, são elas: aprender a conhecer aprender a fazer
aprender a conviver e aprender a ser.
A escola é o lugar onde o educando
pode transformar a razão crítica, a argumentação, o diálogo intercultural, a
democratização do saber desenvolvendo as suas capacidades intelectuais,
condições cognitivas e afetivas, priorizando valores e atitudes, como a
solidariedade humana e o respeito às diferenças.
A escola valoriza o que o educando já sabe e parte desse conhecimento
para ajudá-lo a reelaborar o seu cotidiano garantindo o direito ao conhecimento
historicamente produzido, onde a intervenção feita pelo educador serve de apoio
ao processo de construção do próprio educando.
O trabalho pedueagógico em grupo, sistemático, cria entre a equipe
escolar um clima de
co-responsabilidade, um compromisso permanente com a qualidade do
ensino.
Só assim a escola terá condições de encontrar sua personalidade e cumprir
seu papel: informar e forma.
4.2.8 Concepção de Aluno
Educando é o eixo central da Escola, tudo o que se planeja e realiza
pedagogicamente e politicamente tem por fim único, O EDUCANDO.
Encontramos em qualquer escola grupos heterogêneos de educandos onde
valores, raça, faixa etária, princípios, posição social, interesses,
habilidades estão presentes no decorrer do processo educacional.
O aluno é um agente social que leva para a escola uma série de
experiências acumuladas em casa, no trabalho, no clube, na igreja, etc. Essas
experiências do cotidiano tornam o aluno capaz de reelaborar os conceitos
emitidos pelo professor. Ser aluno hoje é ser agente de elaboração do conhecimento
e isso só acontece quando o aluno debate exige do seu professor, quando o
questiona.
O educando é um ser
pensante, ativo, dinâmico, co-participante do processo educativo. Por isso,
desenvolve-se através de seu próprio esforço e autodisciplina, em busca própria
e pessoal da construção do conhecimento, aprendendo a conviver socialmente.
Desenvolvendo suas potencialidades no campo motor, verbal e mental para que
possa ser agente sócio-cultural e participar das inovações da sociedade.
“A escola tem corpo (equipamento) e alma (objetivo) - a fusão do compromisso e da ação, a solução
não está fora da escola”. (Consultora de Educação da UNICEF Maria de Salete
Silva)
4.2.9 Concepção de Professor
A sociedade moderna muda
rapidamente em todos os sentidos e em todas as esferas e isso influencia
diretamente na forma como a prática educativa é exercida e desenvolvida. Dessa
forma, o sentido da escola e da ação educativa tem adquirido um sentido mais
amplo, sendo que a escola é notadamente reconhecida como a mola propulsora de
qualquer movimento de mudança e crescimento da sociedade. Hoje não basta ser
professor, é preciso ultrapassar essa barreira e ser educador, do tipo que
educa para a vida e para o exercício da cidadania. (BORTOLOTTI, Suely)
O educador atual é aquele que se propõe a adotar uma nova postura, sendo
consciente de sua ação, buscando constantemente sua atualização através de
cursos e pesquisas que estão ao nosso redor no âmbito educacional.
Sabemos que o educador é um mediador que causa a interação entre educando
e o saber, levando este educando a desenvolver sua própria capacidade,
autonomia, responsabilidade, dentro do processo educacional.
O saber e a criança estão ligados ao seu próprio
desenvolvimento, restando ao educador a tarefa imperiosa de encarar, com a
máxima seriedade e respeito, a criança, seus interesses e necessidades,
expectativas e motivações, buscando, assim, o relacionamento do mundo da escola
ao mundo do educando.
A função do educador é facilitar o processo
ensino-aprendizagem, orientar, instigar, interagir, pesquisar e organizar com
os discentes, parcerias nas novas tecnologias, as quais estão a favor da
educação. O educador deve ter muito equilíbrio emocional e saber usar essas
informações a fim de poder transformá-las em conhecimento. Ele
necessita agir com humildade de quem nem sempre tem a resposta pronta, que sabe
ouvir, calar quando necessário, que sempre usa a lucidez para tomar as decisões
corretas. (AMORIN, Neusa)
Um educador necessita obter além dos conhecimentos específicos
da área, atributos que o auxiliem na adaptação da dinâmica existente no mundo
moderno onde a tecnologia faz parte da vida de todos. Talvez essa seja a
resposta para o insucesso de projetos elaborados pelo governo, onde existe a
intenção de inserir as tecnologias nas escolas, vislumbrando um ensino de
qualidade, pois muitos educadores desconhecedores desta ferramenta ou que
demonstram aversão ao novo, obtém o primeiro contato com este mundo dentro da
própria escola. Precisa ficar claro que a tecnologia não irá substituir a
atuação do educador em sala de aula, mas sim contribuir para que o seu auxílio
na construção do conhecimento do educando obtenha um maior desempenho.
(KOVALSKI, Rosana Ribas)
Com a certeza de que seu papel vai além de transmissor de conteúdos e
chega à função de integrar seus alunos com a realidade em que vivem além do seu
meio, incutindo-lhes o espírito de mudança necessário a todo cidadão e
indivíduo do mundo globalizado, pois, sem essa atitude é impossível
contextualizar a prática pedagógica e os conteúdos que são transmitidos.
(BORTOLOTTI, Suely)
4.2.10 Concepção de Formação
Continuada
Para conseguir o objetivo da escola,
que é tornar o aluno um cidadão - sujeito que exercita conscientemente seus
deveres e direitos, é necessário que existam profissionais competentes para
instigar e desenvolver essas competências nos alunos.
Para conseguir esta competência
profissional é necessário que ocorra de forma continua sua formação e
atualização dos conhecimentos e técnicas que utiliza em seu trabalho diário.
Segundo Brzezinski (1992, p.82): “uma sólida formação científica, técnica e
política, viabilizadora de uma prática pedagógica crítica e consciente da
necessidade de mudanças na sociedade brasileira”.
Conforme o autor é de fundamental importância
que seja disponibilizado aos educadores um momento em sua prática pedagógica
para que ocorra a troca e aquisição de novos conhecimentos, que venham
contribuir em sua prática pedagógica. Pois não se nasce educador, como afirma
Freire, a gente se faz como educador.
A formação contínua e permanente possibilita ao professor tornar-se cada
vez mais, um educador consciente e compromissado com o seu trabalho, a par dos
fundamentos e conhecimentos de sua disciplina e dos progressos, inovações e
exigências dos tempos atuais.
Então, a formação continuada é a saída para a melhoria da qualidade do
ensino. A formação do professor não termina na Universidade. "Não há ensino de qualidade, nem reforma
educativa, nem inovação pedagógica, sem uma adequada formação de professores".
(NÓVOA, 1992, p.9).
Sendo que o aprender contínuo é essencial para o professor, então ele
deve se concentrar em dois pilares: a própria pessoa do professor, como agente,
e a escola, como lugar de crescimento profissional permanente. A atualização e
a produção de novas práticas de ensino só surgem de uma reflexão partilhada
entre os colegas. Portanto, é importante que seja garantida a formação durante
o horário de trabalho, mesmo que isso implique em alteração da rotina da
escola: diminuição de dias letivos dispensa de alunos e outros acertos para
obter a participação da maioria dos professores.
4.2.11 Concepção de Gestor
A Gestão Escolar é um enfoque de atuação, um meio e não um
fim de um todo, uma vez que o objetivo da gestão é propiciar condições para a
aprendizagem efetiva e significativa dos educandos, de modo que, no cotidiano
que vivenciam na escola, desenvolvam as competências que a sociedade demanda,
dentre as quais se evidenciam: pensar criativamente; analisar informações
diversas, de forma contextualizada; expressar idéias com clareza, tanto
oralmente, como por escrito; empregar a aritmética e a estatística para
resolver problemas; ser capaz de tomar decisões fundamentadas e resolver
conflitos, dentre muitas outras competências necessárias para a prática de
cidadania responsável.
Portanto, o processo de gestão escolar deve estar voltado
para garantir que os alunos aprendam sobre o seu mundo e sobre si, adquirindo
conhecimentos úteis e aprendendo a trabalhar com informações da realidade
histórico-social, cultural, econômica, política e científica.
A gestão escolar da atualidade passa por uma transformação. Hoje podemos
conceber gestão com os seguintes integrantes: diretor de escola, coordenador
pedagógico, orientador educacional, supervisor educacional, professor e todos
os funcionários que existem dentro de uma escola. Todos estes profissionais
estão envolvidos juntos para efetivar uma unidade de ação no estabelecimento de
ensino, voltada para a construção de excelência, em torno dos seus objetivos.
Algumas das características revestida no gestor podem ser: gestão
participativa; gestão democrática e educativa. E quando se fala em gestão não
podemos esquecer do pensamento pedagógico, sociedade e currículo. Cabe ao
gestor planejar as avaliações, métodos didáticas, eventos enfim tudo o que
estiver relacionado ao processo de ensino/aprendizagem. Ter habilidade de gerir
e administrar conflitos de interesses - é preciso lidar com conflitos e
opiniões diferentes. Nos tempos atuais este planejamento é feito através do PPP
(Projeto Político Pedagógico). Este tem o objetivo de orientar a todos
inclusive as famílias tanto na construção quanto da aplicação efetiva dos
mesmos. Enfim busca constante de conhecimento visando o bem coletivo e melhoria
constante na QUALIDADE DA EDUCAÇÃO.
4.2.12 Concepção de Inclusão
Inclusão é a capacidade de entender, compreender,
reconhecer e aceitar o outro tendo o privilégio de conviver e compartilhar com
pessoas diferentes de nós. A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem
exceção. É para o estudante com deficiência física, para os que têm
comprometimento mental, para os superdotados, para todas as minorias e para a
criança que é discriminada por qualquer outro motivo. Inclusão é estar com, e é interagir com o
outro.
A escola tem que ser o reflexo da vida fora dela e um grande ganho, para todos, é viver a experiência da diferença, oportunizando os alunos deste a infância a esta convivência a fim de vencer os preconceitos adiante. A inclusão possibilita aos que são discriminados pela deficiência, pela classe social ou pela cor que, por direito, ocupem o seu espaço na sociedade, afastando elas da dependência e da vida cidadã pela metade. Além disto, garantir o direito a educação.
A escola tem que ser o reflexo da vida fora dela e um grande ganho, para todos, é viver a experiência da diferença, oportunizando os alunos deste a infância a esta convivência a fim de vencer os preconceitos adiante. A inclusão possibilita aos que são discriminados pela deficiência, pela classe social ou pela cor que, por direito, ocupem o seu espaço na sociedade, afastando elas da dependência e da vida cidadã pela metade. Além disto, garantir o direito a educação.
A
Inclusão deve ter muita reflexão garantida no PPP, diferenciando o mito de que
inclusão é mais do que ter rampas e banheiros adaptados. A equipe da escola
inclusiva deve discutir o motivo de tanta repetência e indisciplina, de os professores
não darem conta do recado e de os pais não participarem. Um bom projeto
valoriza a cultura, a história e as experiências anteriores da turma. As
práticas pedagógicas também precisam ser revistas. Como as atividades são
selecionadas e planejadas para que todos aprendam? Os alunos precisam de
liberdade para aprender do seu modo, de acordo com as suas condições. E isso
vale para os estudantes com deficiência ou não. Também vale ressaltar a
problemática de incluir sem excluir.
O QUE
ENTENDEMOS POR INCLUSÃO?
·
Incluir não é integrar é muito mais que isso.
·
Incluir é reconhecer e valorizar as diferenças,
em sala de aula, é adotar práticas pedagógicas adequadas e eliminar barreiras
arquitetônicas, é disponibilizar equipamentos especializados que atenda as necessidades
de cada um. Mas, além de tudo isso o principal mesmo é contar com professores
pesquisadores, comprometidos e que acreditem na inclusão, que façam com que o
aluno se sinta realmente parte do grupo.
·
A inclusão se dá no momento em que todos os
alunos têm garantido o direito a educação, dando-lhe oportunidade de avançar na
sua escolaridade, buscando meios para que isso aconteça. Para que a inclusão
aconteça na escola além das adaptações físicas é necessário oferecer
atendimento educacional especializado paralelamente as aulas regulares.
·
É buscar formas das mais variadas para inserir a
criança no meio escolar. A inclusão pode ser direcionada a educandos com
necessidades especiais com problemas psico-sociais e ou por discriminação (cor,
raça, cultura e origem).
·
Inclusão pode ser entendida como um conjunto de
ações que geram oportunidades de todos os alunos avançarem em seus
conhecimentos. É garantir que todos tenham acesso ao conhecimento, cada um no
seu ritmo e no seu tempo.
·
É atender o aluno conforme suas necessidades,
valorizando muito, o que ele já sabe.
·
É aceitar. É respeitar. É valorizar.
·
É oportunizar os alunos nos projetos
desenvolvidos e incluí-los desde as atividades até a avaliação.
·
Pressupõe o convívio e a integração entre as
pessoas. Não é tarefa fácil, pois somos frutos de uma escola e sociedade
excludente. Estamos aprendendo a tarefa difícil de incluir.
·
Segundo o PCN implica em respeito aos direitos
humanos. Dignidade da pessoa humana e igualdade de direitos.
·
É incluir todos tentando mediar os conhecimentos
de diferentes maneiras.
4.2.13
Concepção de Avaliação
A avaliação da aprendizagem tem como
objetivos “auxiliar o educando no seu desenvolvimento pessoal, a partir do
processo de ensino-aprendizagem, e responder à sociedade pela qualidade do
trabalho educativo realizado”. 1
A avaliação serve como indicador para (re)orientar a prática pedagógica.
A
avaliação nas disciplinas será feita através de instrumentos de avaliação que
utilizem critérios coerentes com os objetivos e conteúdos da disciplina.
Considerar-se-á ainda a participação, a conduta, a maturidade e o interesse
demonstrado pelo estudante durante as aulas e demais atividades, a critério do
professor e em conformidade com seu respectivo Projeto Pedagógico. Objetivando
apontar as possibilidades e avanços e elaboração de novas intervenções por
parte dos professores.
A
partir de uma avaliação emancipatória,
o professor auxilia seu aluno, ou seja, dá subsídios para que ele progrida em
sua prática cotidiana por meio de uma avaliação processual. A avaliação
processual se dá quando o professor analisa todas as atitudes do aluno perante
a execução de uma avaliação, sendo que após a mesma, faz considerações
relevantes e parte para um processo de reconstrução do saber. Os instrumentos
são diversificados, contínuos, o mediador analisa as diferenças entre os
alunos. Os alunos são motivados a construção do saber, eles querem não só
saber, mas sim aprimorar. (HOFFMANN, 2000).
Desta forma a
avaliação do aproveitamento do aluno será global, significativa, provocante e
desafiadora para avançar na qualidade da avaliação. A avaliação da aprendizagem
não pode ser vista como um produto final do processo, mas sim deve se dar
processualmente, ou seja, o professor deve estar atento durante todo o processo
desenvolvido pelo aluno, percebendo suas características e intervindo para seu
crescimento, promovendo assim a crítica.
4.2.7
PDE – Visão Estratégica da EBM Dr. Amadeu da Luz
PLANO DE
DESENVOLVIMENTO:
E. BÁSICA
MUNICIPAL DR. AMADEU DA LUZ
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